A reunião foi conduzida pelo Dr André Astete que apresentou 3 "gost videos" de pacientes portadores de Transtorno de Ansiedade Generalizada e o artigo "Genetic and Environmental Sources of Covariation Between Generalized Anxiety Disorder and Neuroticism" (Am J Psychiatry 2004; 161:1581–1587). O apresentador pontua as diferenças entre dois casos projetados, com nítida manifestação de temor de infortúnio específico (medo de acidentes no primeiro caso e de adoecimento no segundo), e o caso restante, com quadro tensional e preocupações cotidianas e não ligadas específicamente à percepção de perigo. O artigo mostra que pessoas que preenchem cirtérios do DSM-3R para TAG compartilham o mesmo nicho de risco genético de pessoas com traços de dimensão temperamental denominada "neuroticismo". Neuroticismo pode ser definido como uma predisposição a estados emocionais e pensamentos negativos, com tendência à autocrítica, a esperar desfechos desfavoráveis ou a ver futuro com desesperança.
Abaixo fragmento inicial do artigo (clique na imagem para visualizar melhor)
O Dr André argumenta que a falta de especificidade do critério "preocupações" é uma fraqueza da classificação ainda presente no DSM 4 e na CID 10, que faz com que os casos diagnosticados como TAG ainda não se diferenciem de síndromes tensionais inespecíficas, muito associadas a transtornos do humor. Segundo o apresentador, a adoção de um ponto de vista evolucionista proporia que temores ligados à segurança do indivíduo (adoecer, sofrer acidentes, ser atacado por predadores ou outros seres humanos) que possam ser ligados a situações de risco provavelmente recorrentes no passado na espécie, poderia diferenciar um "cluster" de temores mais ligados às propriedades fundamentais do medo relativo a riscos potenciais. O Dr. André propõe que estes temores seriam estendidos aos membros do clã (especialmente descendentes) e aos meios de proteção e sobrevivência. Em sua opinião, a adoção deste espectro específico de temores e preocupações como critério psicopatológico fundamental tornaria a síndrome ansiosa generalizada uma categoria mais homogênea e diferenciada das síndromes tensionais inespecíficas, mais possívelmente correlatas ao "neuroticismo" e aos transtornos de humor. Se faz proposta de pesquisa a ser realizada no ambulatório de ansiedade do IPP em futuro próximo.
No próximo post traremos notícias da reunião geral realizada em 08/08/2009.
André Astete
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O Dr André argumenta que a falta de especificidade do critério "preocupações" é uma fraqueza da classificação ainda presente no DSM 4 e na CID 10, que faz com que os casos diagnosticados como TAG ainda não se diferenciem de síndromes tensionais inespecíficas, muito associadas a transtornos do humor. Segundo o apresentador, a adoção de um ponto de vista evolucionista proporia que temores ligados à segurança do indivíduo (adoecer, sofrer acidentes, ser atacado por predadores ou outros seres humanos) que possam ser ligados a situações de risco provavelmente recorrentes no passado na espécie, poderia diferenciar um "cluster" de temores mais ligados às propriedades fundamentais do medo relativo a riscos potenciais. O Dr. André propõe que estes temores seriam estendidos aos membros do clã (especialmente descendentes) e aos meios de proteção e sobrevivência. Em sua opinião, a adoção deste espectro específico de temores e preocupações como critério psicopatológico fundamental tornaria a síndrome ansiosa generalizada uma categoria mais homogênea e diferenciada das síndromes tensionais inespecíficas, mais possívelmente correlatas ao "neuroticismo" e aos transtornos de humor. Se faz proposta de pesquisa a ser realizada no ambulatório de ansiedade do IPP em futuro próximo.
No próximo post traremos notícias da reunião geral realizada em 08/08/2009.
André Astete
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