quinta-feira, 25 de junho de 2009

Reunião de 20/06/2009 artigo "Cognitive Predictors of Symptom Return Following Depression Treatment"

A reunião foi conduzida pelo Dr André Astete com colaboração da Psic. Débora Guelfi. O artigo "Cognitive Predictors of Symptom Return Following Depression Treatment" (BEEVERS, KEITNER, RYAN, AND MILLER, Journal of Abnormal Psychology 2003, Vol. 112, No. 3, 488–496) versa sobre aspectos cognitivos que aparentemente desempenham papel em relação à recorrência depressiva após tratamento. Os autores descrevem estudo prospectivo de mais de 18 meses de duração que explorou, por meio de medidas feitas pela "Dysfunctional Attitudes Scale" ( Weissman, 1979), aspectos como crenças disfuncionais, rigidez cognitiva e sua correlação com gravidade sintomática, de pacientes com depressão submetidos a tratamento farmacológico e psicoterápico em meio hospitalar (fase de duração variável) e depois ambulatorial (fase com 6 meses de duração). O artigo mostra a evolução (recaída sintomática ou não) de um grupo de 53 pacientes com resposta parcial ou superior seguidos por 1 ano após o fim da fase de tratamento, avaliados mensalmente por escalas padronizadas incluindo a DAS forma A.


Itens da versão Brasileira da DAS A (Psico-USF, v. 11, n. 1, p. 25-33, jan./jun. 2006). Cada item expressa uma crença ou atitude, por exemplo: “meu valor enquanto pessoa depende muito do que os outros pensam de mim”, sendo acompanhados de sete alternativas de respostas, onde 1= concordo totalmente e 7= discordo totalmente. (clique na imagem para visualisar)






Os autores concluem que o gradiente de mudança em crenças disfuncionais e na quantidade de respostas extremas de concordâcia ou discordância dadas em relação às assertivas do questionário se correlacionou inversamente com a chance dos pacientes evoluirem para recaída ao longo do ano. Respostas extremas ("concordo completamente" ou "discordo completamente") em relação aos itens da DAS A, em última análise, seriam indícios de rigidez cognitiva, uma vez que refletiriam uma tendência a se ter opiniões únicas baseadas em regras absolutas, sem consideração sobre a ambiguidade e sem atenção a considerações alternativas que abrangeriam excessões a essas regras. Pacientes que recaíram mais rapidamente tinham tido poucas mudanças nos escores da DAS ao longo da fase de tratamento e tinham tido menor diminuição na quantidade de respostas extremas. Exibir mudança nestes itens, interessantemente, foi estatísticamente mais importante do que os escores absolutos da escala e da quantidade de respostas extremas. Se o risco se devesse a fatores compreensíveis do ponto de vista psicológico devería-se verificar recaída maior nos portadores de escores mais disfuncionais da DAS A. Isto leva a pensar que mudanças psicológicas podem determinar mudanças no risco intríseco de recaída, possivelmente afetando positvamente fatores biológicos subjacentes, uma vez que esse efeito não se correlaciona com uma variável psicologicamente compreensível. A Psic. Débora Guelfi destacou caso por ela acompanhado de paciente distímica com quadro depressivo recorrente, que exibe perfil de rigidez cognitiva e riqueza de crenças disfuncionais que tem sido resistente às intervenções nos últimos anos.

A póxima reunião ocorrerá no dia 04 de julho às 10 horas na sede do IPP (Dom Alberto Gonçalves 26 Mercês) sob coordenação do Dr. Cristiano Alvarez.

Até lá!!

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